Trauma ocular na infância

Trauma ocular na infância

Crianças no ambiente: atenção redobrada! Esse deve ser o lema de pais, professores e responsáveis para manter o ambiente onde a criança vive, brinca e estuda, seguro e livre de acidentes. São muito comuns acidentes envolvendo os olhos das crianças em lugares e atividades variadas. Lápis no olho por colega de sala de aula, arranhão do gato, dedo no olho do irmão, ardência nos olhos por causa de desinfetante…a lista é diversa!

As estatísticas apontam os objetos pontiagudos, contusões e substâncias químicas como as causas mais comuns, no caso de traumas oculares em crianças. Além dos momentos de recreação, disputas nos esportes, no trânsito, uso de fogos de artifícios que levam a situações muito frequentes de traumas oculares.

Nos casos de perfurações oculares, o acidentado deve ser encaminhado, em caráter de emergência, a um pronto-socorro. NÃO comprima o globo ocular até que um especialista avalie a proporção da lesão. SOMENTE um oftalmologista pode usar colírio anestésico para aliviar a dor provocada pelo acidente, após exame do olho afetado.

Para prevenir os acidentes oculares em crianças algumas medidas podem ser adotadas. Pais, professores e responsáveis devem estar atentos para a adoção de condutas necessárias para evitar acidentes:

  • Deixar sempre o cabo da panela virado para dentro, prevenindo, assim, queimaduras térmicas oculares por líquido escaldante da panela;
  • Manter longe do alcance das crianças os produtos de limpeza. Não guardá-los na parte baixa de armários ou pias. Os medicamentos e algumas substâncias como a soda cáustica e os agrotóxicos são risco ainda maior para as crianças;
  • Não presentear criança com brinquedos pontiagudos, estilingues, facas ou tesouras com pontas. O objetivo é diminuir o risco de perfuração ocular;
  • Ter atenção com plantas venenosas e pontiagudas, ao alcance dos pequenos. Plantas domésticas, que sejam pontudas, espinhosas, ou que soltam líquido leitoso podem causar irritação se atingirem os olhos;
  • Tomar cuidado com cigarros na boca dos adultos quando estes pegarem as crianças no colo, a proximidade, sem cautela, pode causar queimadura ocular;
  • As fezes de alguns animais, principalmente a do gato e a de aves, podem transmitir a toxoplasmose, doença que provoca inflamação no olho, podendo levar à cegueira. O contágio é feito através do contato das fezes do animal comas mãos da criança, que depois leva a mão na boca. É muito importante ensinar as crianças a lavarem bem as mãos, assim que acabarem de brincar com os animais;
  • Orientar as crianças sobre o cuidado com “as aves que bicam”, “o gatinho que arranha” e “o cãozinho que morde”, pois estes animais podem, mesmo sem querer, ferir os olhos das crianças, durante a brincadeira;
  • Os germes, os produtos químicos e os poluentes podem causar problemas nos olhos das crianças que praticam natação ou outros esportes aquáticos. Por isso, o uso de óculos apropriado é indicado, inclusive os óculos de natação com grau;
  • Orientar as crianças a não coçar os olhos repetidamente, pois a frequência pode facilitar o aparecimento de infecções e levar ao desenvolvimento de doenças oculares como o ceratocone (córnea pontiaguda), a queda da pálpebra, o olho vermelho e o excesso de lacrimejamento;
  • Na escola, os professores devem estar atentos com o uso de objetos como lápis e tesoura, pois podem ferir os próprios olhos ou o dos colegas;
  • Usar cinto de segurança é indispensável também dentro da cidade, onde acontecem a maioria dos acidentes com perfurações nos olhos. Crianças de até 12 anos de idade devem estar sempre no banco traseiro. Jamais levar criança, de qualquer idade, no colo, principalmente no banco da frente.

Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)/Edição 15

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