Entendendo o hifema ocular

Entendendo o hifema ocular

Um acidente de trânsito… uma briga… uma disputa mais acirrada em um jogo, são situações que podem ocorrer com qualquer pessoa. A estrutura da face protege os olhos contra lesões, e as pálpebras podem fechar rapidamente para formar uma barreira contra objetos estranhos, fazendo com que o olho consiga suportar um impacto leve sem ser lesado. Mas algumas vezes isso não é suficiente, o impacto é muito forte e gera um trauma ocular.

Todo trauma ocular deve ser examinado por um médico oftalmologista para avaliar sua extensão e prevenir possíveis complicações, pois um trauma ocular grave sem tratamento adequado pode fazer com que as lesões oculares se tornem irreversíveis e possam levar à cegueira. Nas primeiras 24 horas após a lesão, é comum que se forme uma mancha escura em torno do olho.

Quando um vaso sanguíneo se rompe na superfície do olho, ela fica vermelha, mas este sangramento geralmente é de pequena intensidade. Quando ocorre uma lesão na parte interna do olho, frequentemente ela é mais grave que a lesão superficial. Esse sangramento intraocular chama-se hifema. Um hifema de pequena intensidade pode não apresentar muitos sintomas, e o paciente ter apenas um leve embaçamento visual e desconforto ocular.

Pode haver dor ocular e sensibilidade aumentada à luz. Nos casos mais graves, quando se tem um hifema total, o acúmulo de sangue pode bloquear que se veja a íris e a pupila. Uma hemorragia de grande porte representa uma emergência médica.

O tratamento depende da extensão da lesão e do prognóstico do problema. Nos casos mais leves, não é necessário tratamento: o sangue é naturalmente absorvido em poucos dias ou, no máximo, esses casos podem ser tratados com o uso de colírios prescritos pelo oftalmologista. Raramente, em casos com maior gravidade, o hifema necessita de uma intervenção cirúrgica para remover os coágulos e restos de sangue, de modo a evitar outras complicações.

Se não for corretamente tratado, o hifema pode gerar aumento da pressão ocular, que poderá afetar o nervo óptico, ou uma inflamação ocular, que pode levar a uma catarata e danos à córnea, que podem comprometer a visão do paciente. Em casos extremos, o hifema pode acarretar perda da visão ou danos irreversíveis em diferentes estruturas do olho. Pacientes que tenham lesão na retina precisam de um acompanhamento específico. Seguindo as orientações médicas, a maioria dos pacientes têm boa evolução.

Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)/Edição 15

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