Durante o uso, as lentes de contato gelatinosas (LCG), sobretudo a de troca programada anual, podem sofrer modificações físico-químicas, com alterações em seus parâmetros. Isto compreende superfície das lentes, na curvatura, espessura, grau, transmissibilidade de oxigenação para a córnea e coloração, o que eleva o risco de complicações. Ao envelhecerem, ficam mais frouxas, menos permeáveis ao oxigênio e com maior possibilidade de apresentar depósitos.
Recomenda-se aos usuários que não durma com as lentes. Caso haja necessidade, usar lentes feitas de “silicone-hidrogel”, principalmente em se tratando de pacientes com hipermetropia, astigmatismo e vista cansada (presbiopia). Para esses casos, essas lentes, quando fabricadas em hidrogel (material comum nas lentes gelatinosas anuais), têm baixa transmissibilidade de oxigênio e isso eleva o risco de hipóxia (diminuição de oxigenação da córnea), tornando-as impróprias para o uso contínuo.
Como regra geral, todo o usuário de LCG a cada ano deve fazer um exame oftalmológico completo, isto é, com LC e sem LC. Importante rever a limpeza, desinfecção e cuidados com as lentes, além das horas de uso e descarte. Os riscos associados ao uso de lentes não diminuem com o tempo de uso, ao contrário, tendem a aumentar.
O sucesso na adaptação se deve a um médico motivado e atualizado com os avanços tecnológicos dos materiais para LCG, que conheça os vários tipos e desenhos e que conte com a colaboração dos pacientes, nos cuidados com as lentes, horas de uso e descarte, e alertas para os sinais de perigo, a saber: dor, olho vermelho, visão embaçada, lacrimejamento- sentindo dois ou mais sintomas desses, retirar as lentes e entrar em contato com seu oftalmologista.
Fonte: SOBLEC – Dr Ubirajara Moulin de Moraes (http://soblec.com.br/controle-na-adaptacao-de-lentes-de-contato-gelatinosas)