Vaidade que pode levar à cegueira!

Vaidade que pode levar à cegueira!

“Eu perdi 70% da visão. Não posso dirigir, nem trabalhar. Não consigo ler. Eu não consigo usar o computador. Eu não tenho mais uma vida normal. Me tornei uma pessoa incapaz.”

Este é o depoimento de uma escritora de 35 anos, brasileira, que passou por uma cirurgia de mudança de cor dos olhos a convite de um cirurgião plástico, para quem trabalhava na época. A cirurgia foi realizada no Panamá e amplamente divulgada pela mídia. Antes do procedimento, ela usava lentes de contato azuis.

Para a troca da cor dos olhos é usada uma técnica desenvolvida pelo oftalmologista panamenho Delary Kahn (2002). O procedimento é realizado no Panamá porque é proibido no Brasil por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que o considera experimental e de alto risco. A técnica consiste em inserir uma lente de silicone atrás da córnea e na frente da íris. Segundo especialistas, o procedimento, que é puramente estético, aumenta a incidência de glaucoma, inflamação crônica na íris, lesão na parte interna da córnea e descompensação da córnea, com grande possibilidades de o paciente ficar cego.

A cirurgia é proibida pelo Conselho Federal de Medicina! Sua realização fere o código de ética médica porque não cumpre uma resolução do Conselho Federal de Medicina que determina que novos procedimentos sejam aprovados pela entidade.

Um alerta!

Os pacientes que tiveram sequelas após o procedimento devem denunciar o oftalmologista responsável pela condução do atendimento, além de procurar ajuda de outro especialista a fim de evitar que as lesões se tornem irreversíveis.

Motivado pelo número de pessoas que sofreram complicações com a técnica de mudança de cor dos olhos, o oftalmologista americano David Ritterband estudou os casos dos pacientes que precisaram tirar os implantes. Em suas observações, ele identificou córneas inchadas, pressão ocular alta e glaucoma. Essas pessoas estavam em risco de perder a visão, caso não tivessem buscado ajuda a tempo.

Além do perigo de provocar problemas oculares graves, no Brasil o Conselho Federal de Medicina não aprovou a cirurgia. O órgão informou que o procedimento ainda é experimental e possui pouca referência na literatura médica.

O uso do laser é adequado para recuperar a visão ou evitar a perda em pacientes com diagnóstico de catarata ou miopia. No
caso do uso para fins estéticos há grandes chances de problemas futuros em uma visão saudável.

MUDANDO A COR DOS OLHOS POR LASER

Outra técnica para mudar a cor dos olhos foi desenvolvida pelo médico e cientista Gregg Homer e consiste em retirar da íris a melanina – substância responsável pela cor escura dos olhos – para que a pessoa fique com olhos azuis. De acordo com o médico americano, a transformação não tem efeitos colaterais. Mas, na opinião de especialistas brasileiros a aplicação do laser pode causar irritação na íris, podendo evoluir para problemas graves como:

• Glaucoma: porque os resíduos do pigmento retirado permanecem nos olhos e podem obstruir os vasos sanguíneos levando ao aumento da pressão intraocular;

• Catarata: o procedimento afina a íris deixando o cristalino mais exposto, aumentando a penetração de luz, predispondo ao aparecimento de catarata precoce, resultado do excesso de radiação ultravioleta.

LENTES DE CONTATO

A melhor, e mais indicada, opção para mudança da cor dos olhos é a adaptação lentes de contato coloridas. Mas é importante saber que o acompanhamento com oftalmologista é fundamental. Por ser uma prótese sempre vai haver riscos, mas as lentes representam um risco menor e mais conhecido.

O uso indevido de lentes de contato, inclusive as coloridas, aumenta os casos de problemas de saúde ocular que vão parar em clínicas e consultórios.

As principais recomendações são:

• Manusear as lentes com as mãos bem limpas;
• Lavar com produtos específicos;
• Trocar no período correto, não dormir com as lentes;
• Não compartilhar com outras pessoas, o uso é individual;
• As lentes coloridas também devem ser prescritas
pelo médico.

Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) 

 

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