De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas ficam cegas, no mundo, em decorrência dos danos causados por traumas oculares. Os mais afetados por traumas decorrentes de acidentes são pessoas em idade laboral, mas eles podem atingir a todas as faixas etárias, em casa, no trabalho ou na escola.
O trauma ocular consiste em um acidente de gravidade variável que afeta um ou os dois olhos. Ele pode ocorrer de diversas maneiras:
Trauma por contusão: mais comum de todos, pode ocorrer durante a prática de esportes, com cotovelada ou contato acidental, ou até mesmo por pancadas da bola, ou munições, como no caso do paintball, um dos acidentes mais terríveis aos olhos, devido à força com que o projétil atinge o olho. O uso de máscaras e óculos protetores é sempre aconselhado. Nesse tipo de trauma, é importante não pressionar ou tocar na área atingida, apenas cobrindo-a com um pano, levando o acidentado imediatamente para um hospital, para ser analisado por um especialista. Mesmo que inicialmente não haja sintomas como dor ou perda de visão, é necessário que um médico oftalmologista analise a lesão para descartar futuros riscos.
Trauma por perfuração: consiste em corte ou perfuração por objetos pontiagudos ou afiados. Os maiores causadores de traumas oculares perfurantes costumavam ser os acidentes de trânsito, porém, com o uso do cinto de segurança e de películas nos para-brisas que detém que fragmentos do vidro quebrado se espalhem e atinjam os olhos, os acidentes de trabalho se tornaram os principais responsáveis por esse tipo de lesão, que mais comumente ocorre em fábricas, metalúrgicas, madeireiras, oficinas, etc. Em casos de traumas por perfuração, não tente remover o objeto perfurante e não toque na lesão e encaminhe o acidentado até um especialista.
Trauma por queimadura: em crianças, o risco de queimadura ocular devido a panelas com líquidos ferventes, é alto, assim como queimaduras químicas com produtos de limpeza, agentes químicos corrosivos e ácidos, que além de queimar a pele podem atingir os olhos. Em casos de lesões por queimadura, mantenha a área irrigada com água ou soro fisiológico até ser analisada por um especialista, para que todas as devidas ações sejam tomadas com relação aos danos causados à saúde ocular.
Crianças devem ser ensinadas a não coçar os olhos após contato com substâncias químicas ou plantas com seiva. Também deve-se tomar cuidado com panelas ao alcance de suas mãos, cigarros acesos ao pegar a criança no colo ou até mesmo lápis e outros brinquedos pontiagudos enquanto elas brincam.
Cuidado com animais, especialmente aves, cães e gatos, deve ser tomado, pois a criança pode ter os olhos atingidos pelo animal. Já os idosos, com o declínio da visão, podem acabar sendo vítimas de acidentes em casa ou na rua, além de substituição do colírio com algum outro medicamento que não pode ir aos olhos, o que pode causar queimaduras químicas. O principal risco para idosos é o de queda, já que podem acabar afetando os olhos com traumas por contusão ou perfuração.
Até mesmo em situações de traumas menores ou mínimos, é importante a visita a um médico oftalmologista, para descartar quaisquer danos aos olhos afetados. Algumas lesões não apresentam sintomas imediatos, e, por isso, é importante procurar um especialista. Em caso de acidentes e traumas oculares, encaminhe o acidentado para um hospital assim que possível. Não tente agir por conta própria ou procurar soluções na internet, pois os resultados podem ser desastrosos: o procedimento incorreto pode levar a maiores danos à saúde dos olhos.
Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) (http://www.cbo.com.br/novo/publicacoes/revista_vejabem_21.pdf)