É muito comum bebês e crianças apresentarem algum tipo de erro refrativo, e a hipermetropia é o caso mais constante. Isso porque este tipo de ametropia (erro de refração) pode se manifestar desde a fase de recém-nascido. A hipermetropia é um erro de refração caracterizado pelo modo em que o olho, menor do que o normal, foca a imagem atrás da retina. Consequentemente, isso faz com que a visão de longe seja melhor do que a de perto.
Segundo a Dra. Liana Ventura, especialista em Oftalmologia Pediátrica, a hipermetropia na infância acontece devido a uma alteração no formato da córnea ou do cristalino que se alonga conforme a evolução do corpo. Porém, durante o processo de crescimento, essa anomalia pode ser convertida para emetropia (visão normal). Por isso, a hipermetropia é mais comum na infância e tende a diminuir na adolescência e em idades subsequentes.
De acordo com a Dra. Liana, existem alguns fatores que podem influenciar a incidência de hipermetropia em crianças, como o ambiente, a etnia e, principalmente, a genética. “As formas leves e moderadas, com até seis dioptrias (grau de refração), são passadas de geração para geração (autossômica dominante). Já a hipermetropia elevada é herdada dos pais (autossômica recessiva)”, explicou a especialista.
A médica ainda relatou a importância em identificar, prematuramente, o comportamento hipermetrope da criança, caso contrário, esse problema pode afetar a rotina visual e funcional delas. “A falta de correção da hipermetropia pode dificultar o processo de aprendizado, e ainda pode reduzir, ou limitar, o desenvolvimento nas atividades da criança. Em alguns casos, pode ser responsável por repetência, evasão escolar e dificuldades na socialização, requerendo ações de identificação e tratamento”, concluiu a Dra. Liana.
Os sintomas relacionados à hipermetropia, além da dificuldade de enxergar de perto, variam entre: dores de cabeça, fadiga ocular e dificuldade de concentração em leitura. A melhor maneira de detectar a hipermetropia é fazendo um exame de refração com a ajuda do autorefrator ou da retinoscopia. O tratamento utilizado para corrigir este tipo de anomalia é realizado através da cirurgia refrativa. O uso de óculos (com lentes esféricas) ou de lentes de contato corretivas é considerado método convencional, que pode solucionar o problema visual do hipermetrope.
Fique Atento!
Em alguns casos, existem hipermetropias que não afetam a acuidade visual do paciente. No caso de adolescentes, é normal apresentar graus moderados da doença, pois esta condição não desenvolve os sintomas característicos da anomalia.
Se a visão do hipermetrope estiver elevada e a acomodação no olho for insuficiente, sintomas como vista embaçada, olho preguiçoso e até mesmo de estrabismo podem acusar hipermetropia. Fadiga visual, acompanhada de dores de cabeça, dores nos intercílios e ardor nos olhos são sintomas característicos devido ao esforço visual excessivo em atividades realizadas com aparelhos eletrônicos como computador, telefone, tablet e televisão.
Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) – (http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/revista_vejabem_05online.pdf)