Quem sofre de fotofobia enfrenta dificuldades por causa da intensidade de luz em ambientes luminosos e dias mais claros e, com isso, acaba fazendo o possível para evitar que a visão se choque com essas energias.
A fotofobia, também conhecida como sensibilidade à luz, é uma condição visual que faz com que a pessoa reaja quando seus olhos estão expostos à claridade (natural ou artificial), sendo esta intensa ou até mesmo regular. Esse comportamento é caracterizado pelos médicos como intolerância patológica ao estímulo luminoso, que, de certa forma, é definido como um desconforto visual provocado pelo excesso de luminosidade no globo ocular. A reação da pessoa que sofre com esta condição é respondida a partir da dificuldade que a mesma enfrenta em abrir os olhos, ou mantê-los abertos, em ambientes relativamente claros.
Na maioria dos casos, a fotofobia ocorre devido a fatores congênitos, tais como ausência de pigmentos no fundo do olho e casos de aniridia (ausência da íris). Pessoas que têm olhos de cores claras, como azul e verde, podem desenvolver os sintomas de aversão à luz, pois as camadas dos olhos de tons claros absorvem menos luz que os de cores comuns.
Porém, nem sempre essa sensibilidade ocorre de forma natural. Existem alguns casos que estão associados à decorrência de uma aversão à luz. Segundo o oftalmologista Pedro Carricondo, a fotofobia pode ser desencadeada tanto por problemas visuais quanto por causas sistêmicas.
A primeira acontece devido a inflamações oculares (como uveítes e reações pós-operatórias), alterações na retina (como degenerativas e albinismo) ou lesões corneanas (como arranhões e ceratites). Já as sistêmicas ocorrem por alterações do sistema nervoso central, responsável por provocar a cefaleia e a enxaqueca.
“Em condições onde existe dano ocular ou alterações do sistema nervoso central, os sintomas característicos que definem uma aversão à luz podem aparecer. O mecanismo para seu estabelecimento ainda não está bem definido, mas parece estar relacionado a conexões das células retinianas ou de outras partes do olho com o sistema trigeminal”, explicou o oftalmologista.
E quem acha que a fotofobia é capaz de provocar alguma doença ocular já pode ficar despreocupado. Em geral, esta condição não causa nenhuma enfermidade visual, mas, de acordo com o Dr. Pedro Carricondo, este caso exige um acompanhamento periódico para que haja uma avaliação médica adequada, especialmente quando a pessoa apresenta um desconforto visual agudo quando está presente em lugares claros.
“A fotofobia já é considerada um sintoma importante de que há algo de errado com os olhos do paciente. Por isso, os cuidados mé- dicos e oftalmológicos devem ser procurados o quanto antes para que haja melhor avaliação do problema. Especialmente em situa- ção crítica, como o embaçamento visual”, concluiu o especialista.
Tirando dúvidas
Não existe tratamento específico para “curar” o paciente que tem fotofobia. Até porque este desconforto não é considerado pelos médicos como uma doença ocular. Afinal, trata-se apenas de uma sensibilidade dos olhos a qual – quer tipo de luminosidade. O melhor a fazer é estabelecer a causa para reduzir os sinto – mas desta condição.
Usar óculos escuros em ambientes externos e diminuir a intensidade da luz em locais fecha – dos podem ajudar a diminuir os sintomas de quem sofre com esta sensibilidade. Lembrando que é importante manter uma periodicidade regular com um especialista para o melhor acompanhamento do caso.
Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)