Na época do frio, a conjuntivite é a principal doença que pode acometer aos olhos. Medidas preventivas e consulta com oftalmologista são recomendações para evitar a doença

No inverno, a predominância de temperaturas mais baixas e a falta de chuva resulta em uma baixa umidade relativa do ar e o consequente aumento na poluição, com o maior acúmulo de poeira em suspensão. Acrescenta-se a este cenário os problemas das queimadas, os gases emitidos pelos automóveis e o vento que carrega toda essa poluição.

Desta forma, está criado o ambiente ideal para o aparecimento das alergias respiratórias e das áreas de mucosas do corpo como, olhos, boca, nariz e garganta. E justamente os olhos sofrem muito nesta época com a doenças típicas de inverno como, a conjuntivite, que pode ser viral, bacteriana, alérgica e por ressecamento.

Segundo a médica oftalmologista, Dra. Erika Christina Canarim Martha de Pinho, do Instituto de Olhos e Otorrino de Bauru (IOB), a poeira é a grande vilã da saúde dos olhos. “A poeira em suspensão devido à escassez de chuvas no inverno, piora bastante a qualidade do ar. Nos olhos, o ressecamento pode ser muito mais frequente, principalmente para aqueles que desempenham atividades com esforço visual contínuo com o uso de computadores, telas, monitores, celulares e até mesmo televisão e livros”, explica.

Dra. Erika detalha os principais sintomas de ressecamento e alergia nos olhos. “Os sintomas do olho seco e da alergia são muito parecidos: ardor, coceira, olhos vermelhos, podendo até mesmo ocorrer aumento na produção de muco, com secreção. Muito frequentemente, as duas situações são encontradas simultaneamente no mesmo paciente”.

A oftalmologista alerta também para um comportamento muito comum das pessoas, o de levar as mãos aos olhos. “Os sintomas de alergia e ressecamento podem levar a uma maior manipulação dos olhos pelas mãos, nem sempre limpas e higienizadas, predispondo ao aparecimento das conjuntivites bacterianas e virais, lembrando que os olhos já estão sensibilizados, com irritação, ou seja, mais expostos”.

Medidas preventivas

Dra. Erika chama a atenção para algumas medidas preventivas nesta época do inverno para evitar a ocorrência das alergias oculares como, boa alimentação e hábitos saudáveis. “Uma boa ingestão de líquidos e alimentação saudável é uma recomendação básica para qualquer tipo de prevenção. Outras medidas são evitar permanecer em ambientes fechados e com ar condicionado por longos períodos, devido à baixa umidade e ao maior risco de transmissão de doenças, evitar esfregar os olhos e proteger-se do sol, vento e poeira com óculos de sol, boné ou chapéu”, orienta.

Mas, é bom sempre lembrar do problema da automedicação. Ao sinal de qualquer desconforto ou irritação nos olhos, o indicado é sempre procurar a ajuda de um especialista. “Somente um oftalmologista poderá indicar o uso de colírios lubrificantes que poderá ajudar na recuperação da superfície do olho mais exposta, que proporcionará ao paciente alívio, irá melhorar a sensação de vista embaçada e eliminará as impurezas. As pessoas jamais devem utilizar qualquer colírio sem a devida prescrição médica pois, essa atitude, pode levar a lesões graves ou, até mesmo, irreversíveis nos olhos”, alerta a oftalmologista.